PATOLOGIAS ASSOCIADAS AO SISTEMA REPRODUTOR FEMININO E MASCULINO
MACHO
Criptorquidismo
A descida dos testículos se dá pela migração desde o abdome até o anel inguinal e, finalmente, migração para dentro do escroto
Criptorquidismo é uma patologia reprodutiva mais frequente em equinos, caracterizada pela não descidua de um ou ambos testículos. O testículo criptorquida pode estar localizado na cavidade abdominal ou no canal inguinal
Acredita-se que genes dominantes estejam envolvidos em casos de criptorquidismo
Normalmente potros nascem com os testículos na bolsa escrotal, porém quando isso não ocorre, eles se tornam animais predispostos podendo ser considerados futuramente criptorquidas abdominais. Além disso, o estreitamento e fibrose do anel inguinal predispõe a afecção
Criptorquidas bilaterais são estéreis devido a supressão da espermatogênese, enquanto que os unilaterais apresentam espermatogênese normal, porém com uma concentração espermática menor, sendo geralmente férteis
Animais Criptorquidas não devem ser empregado na reprodução porque a característica pode ser transmitida para seus descendentes.
O diagnóstico é baseado na anamnese, inspeção, palpação da genitália externa, determinando a ausência de um ou ambos testículos. Exames complementares como a ultrassonografia, determina a localização do testículo retido que nos permite verificar se são criptorquidas abdominal ou inguinal
O tratamento da afecção é cirúrgico pela remoção do testículo criptorquida e do testículo escrotal
Parafimose
É incapacidade em recolher o pênis para a cavidade prepucial, podendo causar congestão, balarite e necrose do pênis. É uma afecção adquirida estando relacionada a traumas, paralisias nervosas e características anatômicas do prepúcio, uso de acepromazina.
O pênis pendente entre as pernas fica edemaciado e inflamado, impedindo a passagem da urina pela uretra, causando dificuldade na micção do animal.
O diagnóstico baseia-se na visualização da exteriorização flácida do pênis
O tratamento cirúrgico apresenta-se como melhor opção, sendo a técnica de ampliação do óstio prepucial ou a amputação parcial do pênis as mais preconizadas.
Hérnia inguino-escrotal
Definida pelo deslocamento da porção final do jejuno ou leo pelo canal inguinal, podendo estender-se ate o escroto.
Pode ocorrer ao nascimento ou após meses de vida, porem também acomete animais adultos após a copula, exercício ou traumas.
Sinais clinicos como dor aguda e intensa, aumento de volume em um ou ambos os lados da bolsa escrotal, com diminuição da temperatura local
O diagnostico é realizado pela podem ser por palpação direta, palpação transretal e ultrassonografia da bolsa testicular.
O tratamento é cirúrgico, sendo realizado uma laparatomia
FÊMEA
Endometrite
É uma das causas mais importantes de esterilidade ou subfertilidade e de baixa eficiência reprodutiva nas éguas
Processo infeccioso que acomete a camada mais interna do útero, o endométrio, sendo causada por processos não venereos ou transmissão venérea que se instalam pela cobertura com garanhões infectados.
Os agentes etiológicos que mais frequentes na afecção são:
Haemophilus equigenitalis, Klebsiella aerogenes e Pseudomonas
aeruginosa e Proteus, Streptococcus zooepidemicus, Streptococcus equisimillis Staphilococcus aureuse, Candida spp. e Aspergyllus sp.
As éguas podem ter secreção vaginal, o qual depende do grau das lesões e o útero se torna espessado pela inflamação do endométrio.
O diagnóstico é baseado na baixa fertilidade do rebanho e nos sinais clínicos. Exames bacteriológicos podem ser realizados para se confirmas a afecção, pelo material colhido com swabs uterinos. Biopsias uterinas e exames citológicos também são citados na literatura. A ultrassonografia auxilia na avaliação da parede uterina.
O tratamento se baseia no lavado uterino com solução fisiológica aquecida ou infusão de antibióticos para combater o agente causador da afecção.
Aborto
Constitui na expulsão do feto prematuro até o decimo mês de gestação, estando este vivo ou morto.
O aborto se divide em causas infecciosas e não infecciosas
A etiologia do aborto equino está esquematizada na Tabela 1 (ROSSDALE & RICKETTS, 1976, modificado)

Muitas vezes o feto apresenta infecção bacteriana, fúngica ou viral, porem a causa primeira é um fator não infeccioso.
O diagnóstico se baseia no exame físico do feto e seus anexos fetais, na idade gestacional, no histórico reprodutivo, manejo e nutrição, na sorologia e epidemiologia.
Texto por: Luísa Lima Nantes de Oliveira, 10 semestre, Universidade Federal de Roraima.
Referencias
ROSSDALE, P.D. & RICKE7TS, S.W. (1976) Equine abortion. Yet ADD-16; 133-141.
HAFEZ, E. S. E.; HAFEZ, B. Reprodução animal. 7 ed. Manole: São Paulo, 2004. 513p.
JUFFO, G. D. Causas de aborto, natimortalidade e morte perinatal em equinos diagnosticadas no setor de patologia veterinária da UFRGS de 2000 a 2015. 2016. 47 f. Tese (Doutorado) – Programa de Pôs Graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016.
RADOSTITS, O. M. et al. Veterinary Medicine: a textbook of thediseases of cattle, horses, sheep, pigs and goats. 10. ed. Philadelphia: Elsevier Saunders, 2007. 2156 p.
THOMASSIAN, A. Enfermidade dos cavalos. 2. ed. São Paulo, 1990.
RABELO, R. E. et al. Parafimose em touro com lesão da extremidade livre do pênis como intercorrência da enfermidade acropostite–relato de caso. REVISTA CIENTÍFICA DE MEDICINA VETERINÁRIA, v 13. n 25. 2015.